O Novo Professor




O poder da comunicação

A comunicação é muito mais do que o simples ato de falar, é um universo com poderosíssimas ferramentas que você, professor, pode usar no dia-a-dia para melhorar a qualidade do seu trabalho. Mas, afinal, o que engloba o universo da comunicação? Segundo o Dicionário Aurélio, “comunicação é o ato ou efeito de comunicar(-se). Emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual”. Ou seja, além da fala, as expressões corporais, o olhar, o silêncio e a maneira de se vestir também são formas importantes de se comunicar.

Mais do que falar durante a aula inteira e passar o conteúdo, o professor precisa conquistar a atenção do aluno, e, para que isso aconteça, é importante utilizar todas as formas que a comunicação oferece.



Comunicação Verbal

A voz é a grande ferramenta para a comunicação verbal, no entanto, quando usada de forma inadequada, pode trazer prejuízos na qualidade do trabalho e problemas de saúde. Para a fonoaudióloga Patrícia Balata, a voz pode influenciar no desenvolvimento da aula. “Um professor cuja voz está rouca, cansada ou abafada, poderá causar um desestímulo e, às vezes, uma certa irritabilidade no aluno”, afirma. Segundo ela, isso depende do grau da alteração e da freqüência com que ocorre, mas que tanto o professor quanto o aluno sofrem com a situação. “O primeiro, por ter seu instrumento de trabalho comprometido e ineficiente, e o segundo, por ter seu ministrante, muitas vezes, estressado com o problema”.O tom de voz é uma característica própria de cada pessoa e deve ser explorado nas modulações, ou seja, dar ênfase correta às palavras para que transmitam a intenção do que deseja destacar. O ritmo também é um aspecto da personalidade. “Normalmente, as pessoas mais ansiosas tendem a falar rápido, enquanto as mais retraídas falam lentamente”, explica Patrícia. No entanto, no exercício da profissão, é contra-indicado os extremos. “Nem muito lento, nem muito rápido”, completa. Para que o ritmo fique apropriado, as palavras devem ser faladas de forma bem articulada e sem exageros. O professor também deve cuidar com os excessos de pausas,pois uma aula assim torna-se cansativa.



Dicas:

•Evite a monotonia da voz usando ênfases e articulando corretamente as palavras.

•Beba bastante água antes,durante e depois das aulas.• Dinamize a aula com recursos metodológicos interessantes que façam dos alunos elementos ativos e participativos. Assim você poupa a sua voz e explora as habilidades deles.• Evite competir com os alunos quando a sala estiver barulhenta. Às vezes, o silêncio comunica e exige mais do que um grito.



O corpo também fala.

A comunicação não verbal, ou seja, a expressão corporal, as atitudes, o silêncio e o vestuário são tão importantes quanto a comunicação verbal. "O professor não é um animador de auditório, mas deve ser um bom comunicador", diz Thelma Rodrigues dos Santos, professora e atriz graduada em Artes Cênicas. Thelma percebeu que seus colegas tinham um certo bloqueio para participar das atividades. "A partir dessa dificuldade notada entre os professores, começou a pensar no que poderia contribuir para melhorar a comunicação desses profissionais.

Segundo Thelma, o primeiro passo é o conhecimento de si próprio e a aceitação do seu corpo. Ela explica que geralmente na infância, os pais chamam a atenção das crianças usando termos como “fique quieto”, “não faça isso”, “não faça aquilo”. Inconscientemente, essas crianças, quando adultas, ficam bloqueadas. “Daí as pessoas dizem que não sabem porque ficam tensas diante de outras pessoas”. A partir do momento que o professor conseguir se expressar melhor e usar o corpo como ferramenta, será beneficiado não só no seu trabalho, mas também na sua vida pessoal. "Ele vai aliviar as tensões, vai ficar mais espontâneo e terá maior domínio de suas ações", diz Thelma.

Conhecendo o seu público. Como os palestrantes, que antes de iniciar o discurso procuram conhecer o público para o qual irão falar, os professores também precisam saber qual é o universo de seus alunos. É importante conhecer hábitos, manias, gostos e o perfil da turma para se comunicar melhor com ela. No livro A Magia da Comunicação, o médico e palestrante Dr. Lair Ribeiro afirma que cada estudante tem uma maneira diferente de prestar atenção na aula. Para os alunos que percebem mais o movimento, o professor precisa andar de um lado para o outro da sala e fazer com que eles participem da aula. Alguns alunos prestam mais atenção nos sons, então o educador tem de alternar o ritmo e o tom da fala e se expressar claramente. E para aqueles que são visuais, o professor tem de usar o quadro, apresentar slides e gesticular. “Os melhores professores são aqueles que usam as três linguagens na comunicação com os alunos”,diz Lair Ribeiro.

Melhore o seu poder de comunicação em sala de aula.


Dicas para ajudar os professores a se comunicarem melhor com seu público-alvo: os alunos.

• Caminhe com serenidade e determinação. Sua atitude confiante inspirar respeito e credibilidade.

• Mantenha sua coluna ereta. Você ficará mais elegante e sua voz sairá com mais clareza.

• As mãos devem ficar ao longo do corpo ou descansadas acima da linha da cintura, para estarem mais próximas do gesto. Não fique brincando com objetos.

• Mantenha um ritmo em seu movimento: movimente-se, pare, fale,movimente-se.

• Quando for ler algo, olhe 50% do tempo para o papel e 50% para os ouvintes. Neste caso, a sua voz, gestos, e fisionomia devem ser mais expressivos para que a atenção dos alunos não disperse.Olhe para os alunos. O contato visual é muito importante. Passeie o olhar, olhando para todos. Olhe nos olhos dos alunos e não para atesta ou por sobre as cabeças.

•Aface deve transmitir interesse, simpatia, entusiasmo e alegria.

• Os olhos devem estar impregnados de sentimentos e emoção. O que você fala deve ser transmitido através deles.

• Sorria sempre, mas com o coração. O sorriso abre espaço para a amizade e a fisionomia alegre contagia o ambiente. Quando você sorri, está dando liberdade para seus alunos sorrirem também.• Quando há grande distância entre o professor e a última fila da sala de aula, a movimentaçã o e os gestos devem ser mais amplos.
•Busque a expressividade. Quanto mais expressivo o professor, maior o carisma.
• Seja bem humorado. Um toque de humor deixa o ambiente menos formal e cativa os alunos. Quando o professor "brinca", os alunos relaxam e se sentem mais próximos, gerando uma atmosfera amistosa.

No teste abaixo você conseguirá detectar o canal predominante da sua comunicação:

1. Eu gostaria de fazer este teste:

a) por escrito

b) verbalmente

c) realizando tarefas



2. Para me agradar é só me dar algo:

a) bonito

b) sonoro

c) útil



3. Eu tenho mais facilidade em recordar nas pessoas:

a) a fisionomia

b) o nome

c) as atitudes



4. Aprendo mais facilmente:

a) lendo

b) escutando

c) fazendo



5. Atividades que mais me atraem:

a) fotografia/pintura

b) música/oratória

c) escultura/dança



6. Na maioria dos momentos, eu prefiro:

a) observar

b) escutar

c) fazer



7. Recordando os momentos felizes, vêm-me à mente:

a) as cenas

b) os sons

c) as sensações



8. Durante as férias, gosto de:

a) visitar lugares bonitos

b) repousar em lugares silenciosos

c) participar de atividades físicas



9. Valorizo nas pessoas, principalmente:

a) a aparência

b) o que elas dizem

c) o que elas fazem



10. Acho que alguém gosta de mim quando:

a) dá presentes

b) faz elogios

c) tem atitudes positivas comigo



11. Das três ações seguintes, prefiro:

a) focalizar

b) sintonizar

c) movimentar



12. Valorizo mais:

a) o aspecto

b) o ritmo

c) a coordenação



13. Meu carro preferido é:

a) charmoso

b) silencioso

c) confortável



14. Quando estou interessado em algo, procuro:

a) olhar bem

b) ouvir com atenção

c) participar



15. Para decidir, utilizo mais:

a) o que vejo

b) o que escuto

c) o que sinto



16. O que mais me incomoda:

a) luminosidade forte

b) barulho

c) coceira



17. A qualidade que mais me agrada é:

a) colorido

b) afinado

c) saboroso



18. A característica fundamental em uma peça de teatro é a:

a) iluminação

b) eloquência

c) gesticulação



19. Meu passatempo favorito é:

a) observar o belo

b) ouvir sons harmoniosos

c) dançar ou fazer exercícios



20. O programa que eu escolheria com mais gosto seria:

a) visitar uma exposição

b) ir a um concerto

c) ir a um parque de diversões



Conte quantas vezes você indicou cada letra e passe os totais para o quadro a seguir:



a) VISUAL

b) AUDITIVO

c) CINESTÉSICO



O maior resultado indica seu canal de percepção predominante e o menor mostra em que aspectos você precisa melhorar em sua comunicação.

Fonte do teste: livro A Magia da Comunicação – Dr. Lair Ribeiro – Editora Moderna

www.lairribeiro.com.br

Sugestões para preenchimento de relatório e de avaliação descritiva



Observações



É importante considerar, na construção do relatório os seguintes critérios:

• A avaliação deve ser sempre enfatizar os avanços e não apenas os fracassos. Registrar o que o aluno conseguiu e em que progrediu;

• Valorizar e registrar o desenvolvimento sócio-afetivo como: participação, solidariedade, posicionamento, sentimentos;

• É preciso registrar a participação do aluno nos projetos desenvolvidos no bimestre;

• Deve-se proceder relação com o registro anterior;

• Diversificar a redação de um aluno para o outro, buscando se fiel em suas colocações.



Sugestões para iniciar relatórios

• Com base nos objetivos trabalhados no bimestre, foi possível observar que o aluno...

• Observando diariamente o desempenho do aluno, foi constatado que neste bimestre...

• A partir das atividades apresentadas, o aluno demonstrou habilidades em...

• Com base na observação diária, foi possível constatar que o aluno...


Denvolvimento cognitivo

• Reconhece as relações entre fala e escrita;

• Explora várias formas de linguagens e diferentes tipos de suporte textual para ampliação de informações;

• Ouve historias e comentários valorizando impressões afetivas;

• Lê e escreve textos desenvolvendo a compreensão do sistema alfabético, utilizando a escrita de acordo com as concepções e hipóteses que possui no momento;

• Produz textos individuais e coletivamente, utilizando gestos, desenhos, sons movimentos e palavras;

• Distingue a língua escrita da língua oral;

• Demonstra compreensão do sistema alfabético;

• Lê silabicamente palavras, formadas por grupo de silabas compostas por vogal e consoante;

• Produz frases com lógica;

• Produz pequenos textos sem preocupação ortográfica;

• Distingue letras na linguagem oral e escrita;

• Encontra-se na fase pré-silabica, começando a diferenciar letras de números, desenhos ou símbolos.

• Percebe que as letras são para escrever porem ainda não sabe como isso se processa;

• O aluno demonstra um ótimo aproveitamento na aquisição da leitura e escrita.

• O aluno apresenta bom desenvolvimento no processo de aquisição da leitura e da escrita.

• O aluno está desenvolvendo-se gradualmente no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.

• Encontra-se em desenvolvimento no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.

• Tem um bom desenvolvimento cognitivo, mas apresenta dificuldades na leitura, contudo com a realização da recuperação paralela tem apresentado avanços importantes.

• Lê com fluência qualquer tipo de texto, fazendo conexões com a realidade.

• Lê e interpreta os textos trabalhados em aula sem maiores dificuldades.

• Lê com alguma dificuldade, mas demonstra interesse e esforça-se em aprender.

• Escreve, ordena e amplia frases, formando textos coerentes e lógicos.

• Produz frases e pequenos textos com criatividade e entendimento.

• Constrói o conceito lógico-matemático, realizando cálculos com as quatro operações matemáticas.

• O aluno tem especial interesse nas atividades matemáticas.

• Realiza cálculos simples de adição e subtração.

• Realiza cálculos com auxilio de material concreto.

• É curioso, questiona e busca informações.

• Traz para a classe informações de fontes diversas como: radio, tv, jornais e etc.

• Compreende as relações existentes entre os elementos do meio ambiente.

• Compreende a importância da preservação do meio ambiente para o futuro do nosso planeta.

• Adota hábitos de cuidados com o corpo e com o ambiente.

• Nas atividades orais demonstra desenvoltura ...( ou inibição)

• Ocasionalmente troca letras

• Constrói frases criativas e elabora pequenos textos com linguagem e ilustrações significativas;

• Expressa o que pensa relatando, argumentando, avaliando, relacionando, ordenando, generalizando, concluindo...;

• Expressa a escrita representando idéias através de rabiscos, pseudo letras e outros símbolos

• Lê com fluência vários tipos de textos interpretando-os;

• Produz textos escritos com clareza, coerência e coesão;

• Identifica e escreve seu nome completo;

• Observa, descreve, analisa e sintetiza gravuras, reportagens e textos;

• Apresenta dificuldades ortográficas

• Identifica e escreve seu nome completo

• Ainda não faz relação entre o que fala e escreve


Participação- convívio social

• Participa com interesse e produtividade.

• Boa participação nas atividades realizadas em sala.

• Participação tímida nas atividades em sala, embora tenha bom relacionamento com os colegas em classe.

• Demonstra atitudes críticas diante de acontecimentos conflitantes.

• É criativo e comunicativo.

• Coopera com colegas e professora.

• O aluno demonstra interesse nas atividades propostas embora não tenha autonomia para realizá-las sem o apoio da professora.

• Ouve, reproduz e transmite textos oralmente como histórias, recados, noticias entre outros.

• Demonstra curiosidade em relação aos assuntos estudados.

• É cuidadoso e rápido na execução das atividades desenvolvidas.

• Aceita sugestões da professora e dos colegas.

• Manifesta suas opiniões com clareza e objetividade.

• Contribui para a integração e o crescimento do grupo;

• Demonstra inquietude e geralmente se envolve em questões referentes aos colegas;

• Ainda não aceita as regras convencionadas pelo grupo;

• Colabora na construção de regras;

• Interage com o grupo, ouvindo, respeitando e se posicionando;

• Tem um bom relacionamento com os colegas e mostra-se sempre pronto em ajudar;

PLANEJAMENTO





1. Adapte o currículo da rede à realidade

Um plano de trabalho anual baseia-se no projeto pedagógico e nas orientações curriculares da Secretaria da Educação e deve estar de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos da instituição.



2. "O trabalho em classe depende do que é feito antes e depois dele. Por isso, estude o assunto e pense nas melhores maneiras de ensiná-lo. Crie as condições para a aprendizagem.”

Priscila Monteiro, coordenadora da formação em Matemática da prefeitura de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10



3. Administre bem o horário de trabalho

Distribuir os conteúdos pelo tempo das aulas é complicado. Para determinar as atividades prioritárias, baseie-se na experiência de anos anteriores e na de colegas. Pense na quantidade de horas que você vai dedicar aos estudos, à elaboração das aulas e à correção de tarefas.



4. Antecipe as respostas dos alunos

Cada problema proposto por você provoca um efeito no grupo. Os alunos podem apresentar respostas e dúvidas variadas e seguir estratégias diversas de resolução. Antes de iniciar a aula, pense em intervenções que colaborem para todos avançarem em relação ao conteúdo tratado.



ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

5. Selecione os recursos para cada atividade

A escolha dos livros que serão consultados pela garotada e a organização de materiais como brinquedos, calculadoras, jogos e letras móveis – enfim, de tudo o que será usado na aula - precisa ser feita com antecedência. Desse modo, todos terão à disposição os recursos mais adequados e úteis para a realização das diferentes tarefas.



6. Reorganize a sala de acordo com a tarefa

A adequação do ambiente é o primeiro passo para um trabalho produtivo. Por isso, deixe-o arrumado de forma compatível com a atividade a ser realizada. Ao encontrar o pátio com cordas e bolas ou uma sala escura para ouvir histórias de terror, todos se envolvem mais com a proposta de ação.



7. Aproveite todo o material disponível

Não deixe que computadores e materiais específicos para o ensino de Arte ou de Ciências, por exemplo, fiquem encaixotados por falta de iniciativa ou medo de que estraguem. Se isso ocorre em sua escola, procure uma formação específica para utilizar esses recursos adequadamente e compartilhe essa atitude com seus colegas.



8. Não tranque os livros no armário

Obras de diferentes gêneros que compõem o acervo da escola precisam ficar disponíveis para consulta ou leitura por prazer. Em vez de deixá-las em armários trancados, coloque-as em uma sala de fácil acesso ou na própria classe, em prateleiras ou caixas à vista. Isso incentiva o hábito da leitura e o cuidado no manuseio das publicações.



9. “Manter os trabalhos dos alunos expostos faz com que aprendam a apreciar e valorizar o que é do outro e acompanhar o que foi feito por todos.”

Roberta Panico, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac)





GESTÃO DA SALA DE AULA

12. Exponha a rotina diariamente

É essencial mostrar o que você vai ensinar, explicitando os objetivos, o conteúdo tratado, em quanto tempo isso vai se dar e como será a dinâmica. Sabendo o que

têm a fazer, todos criam a expectativa correta diante da aula, se organizam melhor e se sentem mais seguros.



13. Negocie acordos com a garotada

Apenas exibir o regulamento que deve ser seguido na escola não convence crianças e jovens e, por isso, não funciona. Os famosos combinados também só são bem aceitos quando feitos coletivamente e não impostos por você de maneira disfarçada. Assim todos veem sentido nas regras e passam a adotá-las.



14. Tenha interesse pelas ideias dos estudantes

Ao propor atividades instigantes, em que são levantadas hipóteses, conheça o pensamento de cada um. O que eles dizem sobre aquele assunto? Esse conhecimento é fundamental para conduzir a aula. Em vez de apenas corrigir erros, encaminhe o raciocínio dos alunos para que solucionem o problema.



15. “A lição de casa deve ser um momento individual de estudo, descoberta e reflexão. Seu objetivo não é, nem de longe, a repetição de exercícios que só reproduzem conteúdos vistos em classe.”

Karla Emanuella Veloso Pinto, Educadora do Ano do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 de 2009 e professora de Geografia do Centro Educacional NDE UFLA, em Lavras, MG





RESPEITO À DIVERSIDADE

17. Ao formar grupos, junte saberes diversos

Seu papel na divisão da classe para atividades em equipe é fundamental. Considere muito mais do que afinidades e reúna aqueles com conhecimentos diferentes e próximos, que têm a aprender e ensinar. Explique que todos precisam atuar juntos para trocar informações – o que é diferente de cada um fazer uma parte da tarefa e juntar tudo no fim.



18. Acompanhe quem tem mais dificuldade

Não existem turmas homogêneas. Para atender os estudantes com diferentes graus de desenvolvimento, são necessárias estratégias variadas. Pense, com antecedência, em atividades que podem ser mais adequadas e desafiadoras para aqueles que não estão no mesmo nível da maioria.



19. Considere e valorize as competências

Para que aqueles que apresentam necessidades educacionais especiais a-prendam como os demais, busque a-juda na sala de recursos para fazer a-daptações em relação aos materiais usados, ao tempo reservado para as tarefas, aos conteúdos ensinados e ao espaço. Assim, o foco das propostas deixa de ser a deficiência e passa a ser as possibilidades dos alunos.



20. “Valorize sua relação com a criança que tem algum tipo de deficiência para reconhecer suas necessidades: nada substitui o vínculo e o olhar observador.”

Daniela Alonso, consultora na área de inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10



21. Fique atento à experiência de todos

Em uma sala de aula, cada um tem uma história, vem de uma família diferente e tem uma bagagem de experiências culturais. Valorize essa heterogeneidade e note que a turma não tem uma só identidade, mas é o resultado das características de cada indivíduo.



22. Crie um ambiente de aceitação

Seu papel também é garantir que se estabeleçam relações de confiança e respeito. Por isso, torne constantes as propostas que proporcionam a cooperação, a amizade, o respeito às diferenças e o cuidado com o outro.



23. Dê o exemplo e não se omita no dia a dia

Assistir a uma situação em que ocorrem desrespeito ou preconceito sem reagir não condiz com o trabalho docente. Ao ser omisso, você passa uma mensagem à meninada. Por isso, destaque os comportamentos éticos e não deixe que outro tipo de relação faça parte da rotina da escola.







AVALIAÇÃO

24. Faça sempre o diagnóstico inicial

Antes de ensinar um conteúdo, faça o diagnóstico. Ele é uma ferramenta rica para registrar em que nível cada um está e o que falta para que os objetivos propostos sejam alcançados. Além disso, considere essas informações até o fim do ano. Elas são úteis para a análise do percurso da garotada.



25. Diga ao aluno o que espera dele

Os critérios de avaliação devem estar sempre claros. Só quando o estudante sabe os objetivos de cada atividade e o que você espera, ele passa a se responsabilizar pelo próprio aprendizado. Essa prática é ainda mais importante do 6º ao 9º ano, quando há vários professores e é preciso coordenar diferentes maneiras de trabalho.



26. Documente os trabalhos significativos

Registrar as atividades e guardar as produções mais relevantes é importante para analisar o percurso de cada um e o que foi vivido em sala. Esse material é útil tanto para você orientar as próximas intervenções como para os pais e futuros professores conhecerem a vida escolar de cada estudante.



27. Avalie o potencial de aprendizagem

Ao desafiar os jovens com questões sobre o que ainda não foi visto em sala, você analisa o percurso que estão construindo e a relação que fazem entre o conhecimento adquirido e informações novas.



28. Compartilhe os erros e os acertos

O principal objetivo das avaliações não deve ser atender à burocracia, ou seja, determinar as notas a ser enviadas à secretaria. A função delas é mostrar a você e à meninada o que foi aprendido e o que ainda falta. Por isso, compartilhe os resultados pontuando os erros e mostrando como podem ser revistos.



29. “Na hora de avaliar, note três aspectos: o avanço de todo o grupo, as mudanças de cada estudante e o aprendizado dele em relação à turma.”

Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)



30. Use a avaliação para mudar o rumo

Propostos durante todo o ano, provas, seminários, relatórios e debates mostram o que a garotada aprendeu ao longo do processo. Essas ferramentas só são úteis quando servem para você redirecionar a prática e oferecer pistas sobre novas estratégias ou como trabalhar conteúdos de ensino.



31. Reflita sobre sua atuação para melhorar

A autoavaliação é preciosa para ajudar a perceber fragilidades. Todos os dias, ocorrem situações que permitem repensar o trabalho em sala e o contato estabelecido com a equipe e a família dos alunos. Coloque essas práticas em xeque: alcancei os objetivos? Consegui ensinar os conteúdos previstos? Em que preciso melhorar? Tendo isso claro, fica mais fácil buscar alternativas.



RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

32. Paute as reuniões com os pais

Os assuntos tratados em cada encontro devem ser determinados de acordo com o que está sendo desenvolvido naquele momento com os alunos. Liste o que é relevante para os pais saberem e agende a reunião em um horário compatível com a rotina dos pais.



33. Faça parcerias com os responsáveis

A reunião de pais não é o momento de críticas, mas de favorecer a participação e a parceria deles com você. Para isso, diga como a escola vê o processo de aprendizagem e mostre a produção dos alunos.



34. Informe-se sobre os familiares

Durante as reuniões, peça que os pais se apresentem e digam o que fazem. Anote tudo. Essas informações são valiosas para conhecer as profissões deles e pensar de que forma podem colaborar no desenvolvimento dos projetos didáticos.



35. “Muitos pais não se manifestam nas reuniões porque não sabem quais são os objetivos da escola. Quando o professor apresenta informações como essas, a participação aumenta.”

Ana Amélia Inoue, coordenadora do Instituto Pedagógico Acaia, em São Paulo, SP, e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10



36. Resolva as questões recorrentes

As reclamações citadas com frequência pelos pais devem, sempre que possível, ser levadas em conta para que sejam solucionadas rapidamente. Dar atenção às falas legitima a participação deles.



37. Olhe para o entorno e participe

Levando em conta as características e as necessidades da comunidade em que está inserida a escola, proponha maneiras de organizar ações com o objetivo de alcançar o bem-estar comum e participe dos movimentos realizados pelos moradores, como o plantio de árvores no jardim e a reivindicação de segurança em relação ao trânsito local.





TRABALHO EM EQUIPE

38. Planeje com a ajuda dos colegas

Uma aula só é boa se é bem preparada. Aproveite o horário de trabalho pedagógico coletivo para isso. Você pode compartilhar ideias, articular conteúdos e planejar projetos em conjunto, medidas indispensáveis para construir uma escola de qualidade.



39. Recorra ao coordenador pedagógico

Para pensar as avaliações, dar ideias sobre materiais de uso em sala ou como trabalhar determinado conteúdo, o coordenador pedagógico é um belo parceiro. Convide-o a observar as aulas e indicar atividades e formas de aprimorar sua relação com o grupo.



40. Discuta sobre o ensino e a aprendizagem

Ao trocar ideias com outros professores, dê menos ênfase às questões de comportamento dos estudantes e mais às relativas à aprendizagem. Comente sobre o processo de cada aluno e questione se eles têm desempenho semelhante ao apresentado em suas aulas.



41. Priorize as relações profissionais

Uma boa convivência entre os colegas de trabalho deve ser pautada pelo conhecimento, pela colaboração e pela cooperação. É assim que se constrói um ambiente de troca de experiências profissionais. Não crie muitas expectativas: fazer amigos na escola é lucro.



42. “Tanto professores mais experientes como profissionais mais jovens podem ser seus parceiros. Respeite as opiniões deles.”

Marlene de Lima Ferreira, coordenadora do Programa Escola que Vale, em Paragominas, a 323 quilômetros de Belém





FORMAÇÃO

43. Identifique e supere suas dificuldades

O primeiro passo para buscar mudanças é determinar suas falhas. Invista no que pode ser aperfeiçoado: peça ajuda à equipe pedagógica, que pode indicar livros, busque na internet orientações para suas dúvidas e converse com os professores para se aprofundar em determinados temas.



44. Mostre seu trabalho em outros lugares

Depois de organizar suas produções, compartilhe-as com os colegas. Conte a eles o desempenho das classes e o resultado das atividades. Para dar mais visibilidade e prestígio à sua carreira, amplie essa divulgação para a rede e inscreva-se em prêmios e congressos.



45. Aprenda com a prática dos outros

Os cursos de formação são os momentos mais ricos para conhecer educadores. As experiências trazidas por eles podem enriquecer seu repertório, ajudando a lidar com diferentes situações. Com a mediação dos docentes que ministram as aulas, você pode refletir sobre casos reais.



46. Continue os estudos para crescer sempre

Faz parte do trabalho docente pesquisar e ficar em dia com o que há de novo na área. Veja os programas disponíveis no Ministério da Educação (MEC) e na sua rede de ensino. Antes de se inscrever em cursos online, verifique qual a metodologia e o material didático adotados.



47. Use a tecnologia para ensinar

Muitos jovens devem ter melhor domínio do computador do que você. Se eles sabem usar a máquina, sua contribuição deve ser mostrar como ela pode ajudar a aprender os conteúdos. Procure capacitação para incorporar recursos que aprimorem o ensino da disciplina que você leciona.



48. Assista a palestras sobre sua área

Para conhecer resultados de uma nova pesquisa, se aprofundar em algum assunto e ampliar um saber, assistir a palestras é uma boa opção. Por ser uma atividade passiva, ela não substitui a formação em que há a troca de experiências entre profissionais.



49. “O professor é alguém inspirador, seguido pelos alunos. Por isso, seja uma pessoa melhor ao diversificar seus interesses e conhecimentos e observar o mundo.”

Ana Cláudia Rocha, diretora do Centro de Formação de Professores de São Caetano do Sul, SP



50. Procure planejar seu futuro

Quer trocar de área e de escola, cursar outra faculdade ou uma pós-graduação? Faça uma ampla pesquisa para acertar nas mudanças, alavancar sua carreira e se tornar um professor melhor.





BIBLIOGRAFIA

A Prática Educativa, Antoni Zabala, 224 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 51 reais

Avaliação Desmistificada, Charles Hadji, 136 págs., Ed. Artmed, 40 reais

Caminhos para a Inclusão, José Pacheco, 232 págs., Ed. Artmed, 58 reais

Ensaios Pedagógicos: Como Construir Uma Escola para Todos?, Lino de Macedo, 168 págs., Ed. Artmed, 38 reais

Escola Inclusiva e a Organização do Trabalho Pedagógico, Rosita Edler Carvalho, 152 págs., Ed. Mediação, tel. (51) 3330-8105, 38 reais

Manual de Portfólio, Elizabeth Shores e Cathy Grace, 160 págs., Ed. Artmed, 51 reais

Qualidade do Ensino: A Contribuição dos Pais, Vitor Henrique Paro, 128 págs.,

Ed. Xamã, tel. (11) 5083-4649, 20 reais



INTERNET

Em www.portaldoprofessor.mec.gov.br