Valorização, o tema do momento

Decisões da Conferência Nacional de Educação recomendam formação em universidades públicas e facilidades para a formação contínua; gestores de redes veem dificuldades para implantar propostas
 
Amanda Cieglinski


Em ano de eleição, a educação ganha espaço no debate político e aparece no discurso de quase todos os candidatos. Muitos deles colocam a valorização do professor como estratégia para melhorar a escola pública no país. O tema também foi um dos destaques da Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada em Brasília no primeiro semestre de 2010. O documento final do encontro traz uma série de orientações para garantir a chamada "valorização dos profissionais da educação". As decisões da Conae não têm força de lei, mas devem orientar a construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que será encaminhado ao Congresso após as eleições.

Não é de hoje que a profissão está em crise. Baixos salários, formação inadequada e condições precárias de trabalho afastam os jovens do magistério e comprometem a qualidade do ensino. Para reverter essa situação, os participantes da conferência indicaram uma série de medidas que precisam ser adotadas pelos governos nas três esferas - todas relacionadas à formação e à valorização profissional. 

"Discutir a formação sem atrelá-la às condições de trabalho é um equívoco. Sempre que segmentamos essas duas facetas, temos problemas", aponta Márcia Ângela Aguiar, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), uma das coordenadoras do eixo quatro da Conae, voltado à discussão sobre a situação dos profissionais da educação.

O texto do documento final da Conae traz orientações claras sobre como deve ser a formação inicial de professores da Educação Básica, classificada como "insatisfatória". Os docentes devem ser formados prioritariamente por instituições públicas em cursos com currículos que aliem a teoria à realidade das escolas públicas.  "Houve uma expansão muito grande do setor privado, sem qualidade. Esse é um dos indicadores que prejudicam a formação como um todo. O setor privado tomou conta da maioria das matrículas e não está formando um profissional preparado para atuar na escola", critica Heleno Araújo, secretário de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Com Márcia, ele foi responsável pelos trabalhos do eixo quatro.

De acordo com o documento, a formação deve ser "baseada na dialética entre teoria e prática, valorizando a prática profissional como momento de construção e ampliação do conhecimento". Márcia Ângela rebate a crítica frequente de que as universidades hoje estão distantes da Educação Básica e não preparam o professor para encarar a realidade da escola pública brasileira.

"A coisa mais fácil é acusar o professor ou a universidade. Se verificarmos, são grandes a contribuição e a produção científica das universidades para os professores", defende. Na avaliação da pesquisadora, é preciso reforçar o vínculo das instituições de ensino superior com as secretarias de educação. "Muitas universidades já têm convênios com os sistemas [municipais e estaduais] de ensino. É preciso intensificar isso, firmar acordos que garantam maior aproximação institucional para que as escolas sejam campo de estágio para os estudantes. Mas é uma via de mão dupla", pondera.

EAD versus presencial
Outra definição da Conae sobre a formação inicial docente é que ela deve ser presencial. O tema foi motivo de discussões acaloradas durante o encontro. Segundo o documento final, a formação a distância só deve ser admitida em casos excepcionais, quando não houver cursos presenciais na região. Alunos, professores e outros representantes do setor de educação a distância presentes na conferência se sentiram prejudicados por essa decisão, vista como "preconceituosa" por quem defende a modalidade. 

"Estamos vivendo um momento em que as relações humanas estão fragilizadas. Em processos de formação a distância, por meio de uma máquina, você poderá formar profissionais distantes desse olho no olho, da relação entre pessoas. O Estado brasileiro, mesmo sendo de proporção continental, tem de se preparar para atender à demanda por formação inicial de ponta a ponta", teoriza Heleno.

No caso da formação continuada dos professores que já atuam na área, o documento da Conae admite a possibilidade de cursos não presenciais. "Os recursos tecnológicos têm de estar à disposição de todos, na mão dos professores, para que possam utilizá-los de forma adequada. No caso da formação continuada, a educação a distância é uma forma para atingir mais pessoas. Mas as exigências de qualidade devem ser as mesmas", defende Márcia.

Ano sabático e redução da jornada
Os participantes da Conae indicaram que a atualização dos docentes em cursos de especialização, mestrado ou doutorado deve ser um pré-requisito para a valorização salarial. Para tanto, as secretarias de ensino devem incluir a formação continuada em seus planos de carreira e os professores que buscarem esse aperfeiçoamento terão redução da carga horária ou mesmo dispensa remunerada da função para se dedicar aos estudos.

No caso da pós-graduação lato sensu, a redução da jornada seria de 50%. Para os docentes que ingressarem em cursos de mestrado ou doutorado, os participantes da Conae querem liberação integral, com remuneração garantida. Outra proposta é que a cada sete anos de trabalho o professor possa tirar um período sabático de 12 meses para estudar.

O texto final apresenta todas as justificativas sobre a importância de garantir ao professor a oportunidade de conciliar a formação continuada com a carreira. Mas será uma difícil tarefa convencer as redes de ensino a liberar seus profissionais. A lei do piso nacional do magistério, de 2008, já traz um dispositivo que aumenta de 20% para 30% o percentual de horas que o professor deve ter para se dedicar ao planejamento e à atualização. Esse dispositivo levou governadores a questionar a constitucionalidade da lei no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que fere a autonomia de estados e municípios em relação à jornada e ao plano de carreira.

"Um país que quer levar a sério a política educacional, como estão colocando os candidatos nessa eleição, tem de ter a responsabilidade de garantir a atualização desse profissional que já atua na escola. Ele precisa acompanhar as mudanças que o mundo e o país enfrentam, a questão da mudança climática, por exemplo", afirma Heleno.
Para a presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), Yvelise Arco-Verde, as demandas são legítimas mas não são fáceis de ser colocadas em prática. Ela ressalta que a implementação do ano sabático ou da licença para estudo exigiria, por exemplo, a contratação de mais professores para substituir os ausentes.
"Há uma questão de fundo complicada, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela acaba impedindo o gestor de propor ações que permitam ampliar o quadro de pessoal ou a folha de pagamentos", afirma.

Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, a licença remunerada para cursos de formação é a questão mais preocupante, pois é financeiramente inviável para os municípios. "Claro que somos favoráveis ao professor ter um tempo maior para o planejamento e estudo, isso teria um resultado na qualidade do ensino. Mas com o montante de recursos que temos hoje não podemos atender essa demanda", explica.

Um estudo da Undime aponta que seria preciso ampliar em 20% o efetivo de professores para garantir que cada docente tenha um terço da sua jornada de trabalho livre para planejamento e atualização. Esse dispositivo está incluído na lei do piso, aprovada em 2008. 

Piso dobrado
Além da melhoria das condições da carreira e da formação, a conferência não deixou de lado o debate salarial. Hoje a lei do piso nacional do magistério - ainda descumprida em boa parte do país - estabelece uma remuneração mínima de R$ 950 para uma jornada de 40 horas semanais.  O documento final reconhece a legislação como um avanço, mas sugere o aumento do piso para R$ 1,8 mil com redução da carga horária semanal para 30 horas. No caso de professores com dedicação exclusiva, esse valor deveria ser dobrado. Se os municípios e estados não tiverem verba disponível para pagar os valores atuais, a CNTE defende que haja complementação da União.

Para o representante do órgão, a materialização dessa e das outras propostas da Conae dependerá de pressão da sociedade. "Hoje já existe uma demanda e uma consciência da população de que a educação precisa ser uma prioridade. O importante é manter essa mobilização", acredita. Resta, como diria Mané Garrincha, "combinar com os russos". No caso, os russos são os ministros da área econômica e os representantes de outras áreas sociais que também reivindicam mais recursos.

Valorização do professor
Conheça as principais propostas da Conae
  • A formação inicial deve ser presencial e feita em instituições públicas. A formação em cursos a distância deve ficar reservada a casos excepcionais
  • A via de ingresso dos professores às redes de ensino deve o concurso público
  • Professores em atuação que desejem participar de cursos de especialização devem ter a jornada de trabalho reduzida em 50%. Se a formação continuada for em cursos de mestrado ou doutorado, deve ser concedida licença remunerada
  • A cada sete anos de trabalho, o professor terá direito a tirar um ano sabático para se dedicar aos estudos
  • Garantir os estágios nos cursos de licenciatura, articulando o trabalho entre as escolas públicas e as instituições formadoras
  • O piso nacional dos professores, a ser pago por todas as redes de ensino, deve ser de R$ 1,8 mil para uma jornada semanal de 30 horas
  • Estabelecer um número máximo de alunos por turma para cada etapa da educação. De 4 a 5 anos, até 15 crianças por professor; nos anos iniciais do ensino fundamental, até 20 estudantes; nos finais, 25 alunos; no ensino médio, até 30
Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=13001

Ser professor é saber ensinar?

Por: Helio Valerio da Silva


A cada dia há uma nova aprendizagem em nossa vida.  o ensinar a gente aprende e, com essa aprendizagem, a gente ensina melhor. Isso sempre se transforma num círculo contínuo e, o melhor, produtivo.

Nas diversas faculdades da vida aprende-se que o aluno vem até o professor no intuito de aprender e que o professor deve estar preparado para ensinar. Lá nos ensinam a seguir teorias das mais diversas, testadas ou não, aprovadas ou não, quem sabe? Mas todas elas trazidas de lugares dos mais diversos, de realidades diferente da nossa, onde os valores sócio-culturais, políticos, religiosos e os costumes não têm nada a ver com o nosso dia-a-dia. Sem perceber, muitas vezes utilizamos essa prática nefasta que anula ou, ao menos, confunde o conhecimento prévio do aluno. Ensinamos ao nosso aluno faminto a escrever “lasanha” e o pobre nem enche a boca de água, porque muitas vezes nem sabe o que é. Ensinamos, no bê-á-bá, o "a" de ameixa, o "b" de bola, "c" de caqui, "d" de... Danou-se! E o "f" de fada? Será que o professor acredita em contos de fada? Quando e onde esses pobres alunos viram uma ameixa, um caqui... Tem professor que ousa ensinar o "c" de caviá sem nem ele saber sequer de onde vem e muito menos o que é. Não seria mais fácil ensinar o "a" de abóbora, (o b de bola ainda vá lá), o "c" de caju, o "d" de dedo, o "e" de escola, "f" de família (está mais presente na vida deles do que o feijão e a fada, ainda que desestruturada). Não seria mais interessante um ensino regionalizado onde se valoriza o que o aluno conhece e está presente no seu cotidiano?

E se a aprendizagem deve acontecer naturalmente, sem imposições nem ritmo pré-estabelecido, por que não valorizar o conhecimento prévio desse aluno?

Não seria mais simples para o professor ensinar que lápis se escreve com l do que “o l de lasanha?” A não ser que eles (professor e alunos) levem os ingredientes e a receita e, juntos, com objetivos claros, bem definidos, botem, literalmente, a mão na massa e preparem uma. Isso daria uma aula e tanto. Usaria a matemática até na hora da degustação (seria necessário o milagre da multiplicação da lasanha, da adição ou subtração de algum ingrediente ou da divisão em partes iguais?). São nesses momentos que a interação professor-aluno deve tomar proporções gigantescas, uma vez que, assim, o professor pode demonstrar afetividade e respeito, mostrando ao aluno que, apesar de ser o professor, existe entre eles algo que os torna iguais: a condição humana de inacabados e em constante transformação.

Reconhecer esse fator é importante. Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações. Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência. Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas barreiras.

O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.

É importante saber que, dentro de sala e fora dela, o professor é alguém em quem o aluno se espelha, uma vez que este é (ou deveria ser) o seu mais concreto exemplo de sabedoria, de caráter e, por que não, de heroísmo. Exemplo disso é que toda criança um dia brinca de escolinha e todos eles sempre querem ser o professor. Quando a disputa acontece, sempre acaba nessa posição o mais velho, o maior da turma, alguém de destaque e desenvoltura. Isso não é uma forma de respeito? Por que será que eles nunca deixam esse posto para o mais bobo? Isso provoca uma série de indagações. 

Fonte: http://www.meuartigo.brasilescola.com/pedagogia/ser-professor-saber-ensinar.htm

Uma reflexão sobre o aprender e o ensinar

Por: Cecília Faro
 
Convido-os a partilhar desta reflexão a respeito da educação no mundo em que vivemos, recheado de questionamentos sobre a forma de orientarmos nossas crianças numa sociedade que passa por mudanças rápidas, influenciadas por uma cultura com metas exigentes e conteudistas. Nunca se pensou tanto sobre o saber, o aprender e o ensinar.
A ciência moderna e os estudos estão num avanço tal que chegam a interferir na concepção do ser humano, desnaturalizando-a, interferindo até na construção do sentimento de maternidade. Tem-se a preocupação de desenvolver e instigar a todo momento os potenciais das crianças desde o seu nascimento.
A mãe de um bebê recém-nascido, a princípio, interessava-se pela sua alimentação, vacinas, sono, etc. Hoje, os pediatras comentam que algumas das questões maternas giram em torno da cor com que o quarto deve ser pintado para maior estímulo ou, ainda, quais os brinquedos que mais aguçam o raciocínio e a percepção. É sabido que as novas preocupações com as necessidades de um bebê permeiam essas questões.
Espera-se que esse indivíduo, desde pequeno, mostre autonomia e autoria, que são pré-requisitos para o seu bom engajamento na sociedade contemporânea. Postura crítica, iniciativa, capacidade de análise, competências e habilidades são necessárias a uma adaptação mais eficaz em um mundo de contínuas mudanças. Para algumas crianças, esse entorno que tanto lhe exige desde pequenas apresenta-se agressivo de tal forma que as amedronta, interferindo no seu desenvolvimento.
Por vezes percebemos a criança dividida, segmentada, com a conivência de pais confusos. Há preocupações específicas relativas a um corpo sadio e forte, a uma mente voltada à cultura, ao intelecto competitivo e a uma formação acadêmica em escola competente, que visam mais às boas universidades que aos bons cidadãos.
É fato, entretanto, que há um despertar para a necessidade do olhar mais humanista e que podemos ter o prazer de deparar com algumas escolas que vivem dentro desse posicionamento, em que o outro é olhado como ser integral. #Isso não elimina a necessidade de atuar de forma consciente na capacitação dos indivíduos para o momento culturalmente exigente que se vive.
São tantos investimentos de profissionais especialistas na formação das nossas crianças que, além da divisão desse indivíduo em fragmentos independentes, a família acaba perdendo a autonomia. Fica perdida, seguindo várias orientações centradas em diferentes áreas. Cada vez mais ocupada e sem o tempo necessário para discernir e opinar de maneira reflexiva, entrega a formação dos filhos a profissionais que nem sempre garantem o vínculo tão necessário ao desenvolvimento dessa criança.
Frente à constatação de tantas mudanças, questiono: que pessoas estamos formando? Onde estão os afetos, pilares insubstituíveis para a construção da estrutura interna, que hoje circulam dentro de um ambiente familiar cada vez mais distante e restrito?
Sabemos que o conceito de como educar uma criança vai sendo alterado de acordo com o entorno cultural e social onde ela está inserida. Esse contexto faz parte da história do desenvolvimento e das relações por meio das quais o sujeito se constitui. Vale lembrar que não tem fim, é um processo que acontece de forma subjetiva em cada indivíduo de acordo com interferências sociais e culturais.
O ser humano é susceptível e absorve as influências do meio onde está inserido. Nessa troca, acontece então o aprender. Quando nos referimos ao aprender, subentende-se que exista algo ou alguém que aprende — o aprendente — e algo ou alguém que ensina — o ensinante.
Os ensinamentos iniciam-se nos primeiros contatos tão próximos com a mãe. Quem são os demais ensinantes na vida de um sujeito? Esse lugar é ocupado pelo pai, irmãos, tios, avós, colegas, professores e todo o círculo de convivência que faz parte do meio que nos cerca.
O aprender está conectado ao conhecimento. É preciso relacionar-se com o outro para colocá-lo no lugar de ensinante e estabelecer uma relação permeada pelo vínculo para que se possa entrar em contato com o conhecimento por ele oferecido.
Entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender por intermédio do estabelecimento de uma relação vincular. Para que o sujeito aprenda, é necessário conectar-se com seus próprios conteúdos, mostrar seu conhecimento, autorizar-se a abrir ao outro e, assim, incorporar seus ensinamentos.
O conhecimento prévio, fruto das vivências de cada um, faz parte do processo interno desse sujeito. Ele é acrescido de novas informações e transformado, para que possa ser vivenciado e incorporado.
Ensinar aprendendo, essa é a grande estratégia
O ensinar e o aprender caminham juntos. Mais do que ensinar conteúdos, ser ensinante está atrelado a abrir caminhos. Não se transmite conhecimento, mas, sim, sinais deste, para que o outro possa fazer uso dele e transformá-lo de forma subjetiva.
O desejo e a vontade atuam como diferenciais no processo, autorizando e fazendo uso de diferentes ferramentas oferecidas para que se tornem instrumentos na construção do conhecimento e se alcance o objetivo final.
O orientador sensível instiga, preserva a autonomia e a liberdade responsável e propicia, assim, o diferencial no processo, isto é, a alegria da descoberta e a autoria do próprio conhecimento, trazendo as garantias para o verdadeiro aprender.
Ser um educador, é um trabalho nada fácil, com um grande objetivo a ser alcançado.
Segundo Paulo Freire (1993), se o educador tem uma opção democrática, com autocrítica e procura diminuir a distância entre o discurso e a prática, ele “vive uma difícil, mas possível e prazerosa experiência de falar AOS educandos e COM eles”.

Disponível em: http://www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp?artigo=artigo0068

As Sete Saúdes do Professor



Por:  Silas Leite


“...O verão há de vir/Mas virá só para os pacientes/Que aguardam num grande silêncio corajoso/Como se diante deles estivesse a eternidade.../”Rainer Maria Rilke Para o Poeta Paulo Benedicto Pinheiro (In Memoriam)

O professor, mais do que ninguém, a cada ano letivo, incorpora a sua nova e preciosa cota de recursos humanos, cada vez mais fragilizados pelas múltiplas falências (Deus, família, sociedade, consumo). Mesmo ganhando muito menos do que deveria, praticamente vive dançando no fio da navalha do seu encargo e entorno sociocultural com carências múltiplas também.
Por isso, tem de estar cada vez mais afinado com as chamadas Sete Saúdes. Como profissional de alto gabarito que sempre precisa ser e mostrar que é — afinal, todo mundo teve um maravilhoso professor na vida — e, sem dúvida alguma, como ser humano desta safra contemporânea, mas, acima de tudo, com respeito profissional próprio, o professor tem de estar antenado, se reciclando sempre, e ainda cuidar do corpo para a mente estar com amplitude ativa e a aula ser gostosa dentro do processo de ensino–aprendizagem, já que quem sairá ganhando será a clientela escolar carente, sempre fito precípuo da educação como um todo. 
01. Saúde Físico-mental O professor tem de andar rotineiramente e com prazer; fazer exercícios orientados e caminhadas sadias; relaxar da correria rotineira, cotidiana; viajar sempre que possível; passear aproveitando a caminhada; talvez fazer ioga; procurar alimentar-se bem e dormir tranqüilo; fazer terapias, se preciso for, para segurar o árduo batente do trabalho pesado em duas ou mais escolas, tentando sobreviver e permanecer ético para sonhar com um humanismo de resultados, sob o enfoque de uma visão plural-comunitária que lhe deve ser inerente, peculiar.  
02. Saúde Familiar O professor tem de ter um estabelecimento residencial muito além de um simples endereço residencial com número ou código de área, uma casa gostosa para chamar de sua, um pacífico lar, doce lar, pois o hábitat de um ser humano é quase a sua pele vivencial mesmo. Procurando morar razoavelmente bem, em espaço tranqüilo, o professor terá o seu refúgio para cismar e pensar com a devida serenidade para, assim, sempre no aconchego do lar, repor as energias em seu espaço todo próprio para ser referencial.
03. Saúde Financeira O professor tem de saber gastar, poupar, economizar, pesquisar preços, sacar abusos midiáticos na área consumista, evitar gastos desnecessários, mas, ainda assim, ter a consciência de que o ofício é uma espécie de missão. Procurar, na medida do possível, fazer o que gosta nesse campo de trabalho, pois, na verdade, nunca vai ganhar bem como deveria e precisa. Então, não pode entrar nessa de consumo desenfreado, apesar de precisar ter uma vida minimamente digna, que o exemplifique como a importante figura histórico-social que tem sido desde os primórdios dos pedagogos da Grécia antiga.
04. Saúde Social O professor é um ser social (Kant), como é também um animal político (Sócrates). Portanto, deve saber mais do que ninguém cultivar amigos de qualidade — que são ótimos seres humanos, principalmente —, frequentar um clube para espairecer, ter um convívio sociofamiliar de qualidade, ser participativo socialmente, falando também fora da sala de aula e da unidade escolar, comprar causas pela paz e convivência harmoniosa e bancar mudanças ético-humanitárias, como o ser cidadão que é, com uma visão de justiça que o qualifique e represente bem. 
05. Saúde Intelectual O professor pensa, logo, é docente, logo, existe e, por esse afazer, multiplica a informação, reproduz a ciência, pesquisa a dúvida, domina a técnica salutar, é politizado porque vota bem e certo, precisa ler jornal todo dia, ler ótimos livros — a melhor pedagogia é o exemplo —, fazer cursos o tempo todo, ficar atualizado e atuante, ir ao cinema, curtir novidades, ouvir uma boa música que o nutra, montar exposições de afazeres peculiares, assistir a palestras de novas metodologias e técnicas instrumentais para a docência contemporânea, demonstrar que é um profissional acima da média e que, por isso, pode exigir muito no seu foro de debate representativo, com boa dialética e conhecimento da causa que abraçou com méritos e perspectivas. 
06. Saúde Espiritual Sim, o homem tem razão, mas tem alma; logo, é um ente espiritual. Imagine-se então um professor, que é educador, mestre, referencial de qualquer meio. Precisa cuidar da alma, não necessariamente só pelo viés de uma igreja — “ama a teu próximo como a ti mesmo”, diz a filosofia dos evangelhos —, mas ter a consciência tranqüila e a fé em Deus, a sensação do dever cumprido, de ter dado o melhor de si, de ter feito o seu melhor, de ter sabido lidar com os seus alunos com tantas sequelas sociofamiliares, de não precisar ser cobrado para ser completo e idôneo, fazer ações comunitárias, fundar ONGs que pensem em responsabilidades cidadãs entre riquezas injustas, lucros impunes, propriedades, roubos; afinal, como dizia Saint-Exupéry, o essencial, que às vezes é invisível aos olhos, se vê bem com o coração...
07. Saúde Profissional E, por fim, o professor tem de estar afinado com a cultura, as artes em geral e, principalmente, com as áreas de sua matéria-conteúdo. Estar sempre alerta e reflexivo, estudar sempre — como em qualquer profissão —, buscando se especializar em múltiplas didáticas; programar aulas variadas, gostosas — o aluno tem direito a isso; trocar idéias com colegas de mister, sendo representativo de seu meio, com uma releitura toda própria das “aprendências” e dos letramentos, como instrumentos de evolução, como profissionais de carreira que querem deixar sua marca, deixar seu lastro, fazer o melhor sempre. Afinal, alunos são mensagens de amor que mandamos para o futuro, e somos partes essenciais do verbo “ensinar-aprendendo”.
Professor, caia na real. Respire, não pire. Relaxe, não ache (chega de “achismos”). Medite, não dite. Abrace, não force. Você é o mais importante átomo do todo que é o Universo. Se aceitou essa obrigação, não se desgaste nem brigue, obrigue-se. Odeie o ódio. Refaça o fácil. Não reclame, ame. Faça de sua vida uma tábua de esmeraldas. Afinal, somos todos anchietas nessa seara de formadores de opinião, de questionadores, mas devemos também dar os nossos exemplos de vida e sermos fiéis aos nossos sábios propósitos, com amor e com saúde, muito além de uma solidão incendiária, mas sempre como grãos de mostarda dentro do coração dos alunos, que são templos de nossa sagração existencial de vida humana.
O sucesso de todo grande profissional realizado é porque teve um ótimo professor lado a lado...
Saúde, professor!

Disponível em: http://www.gostodeler.com.br/materia/10957/As%20Sete%20Sa%C3%BAdes%20do%20Professor.html

As conseqüências do fenômeno Bullying


CONSEQUÊNCIAS PARAS VÍTIMAS



Aprendizagem

- déficit de concentração

- desenvolvimento ou agravamento das Síndromes de aprendizagem

- queda do rendimento escolar

- absenteísmo

- desinteresse pela escola

- reprovação

- evasão escolar



Emocionais

- queda da auto-estima

- baixa resistência imunológica;

- sintomatologia psicossomática diversificada;

- estresse pós-traumático, fobia escolar e social;

- transtornos mentais;

- depressão;

- pensamentos de vingança e de suicídio;

- agressividade, impulsividade, hiperatividade;

- uso de substâncias químicas.



CONSEQUÊNCIAS PARA OS AGRESSORES

- distanciamento dos objetivos escolares;

- dificuldade de adaptação às regras escolares e sociais;

- supervalorização da conduta violenta, como forma de obtenção de poder;

- consolidação de condutas autoritárias e abusivas;

- desenvolvimento de futuras condutas delituosas;

- manifestação de condutas agressivas e violentas na vida adulta, como o assédio moral e a violência doméstica.



CONSEQUÊNCIAS PARA OS ESPECTADORES

- ansiedade, insegurança, aflição, tensão, irritabilidade;

- medo de se tornar a “próxima vítima”;

- prejuízos no processo de aprendizagem e socialização;

- desenvolvimento de atitudes de conivência, intolerância, desrespeito, individualismo e dificuldade de empatia.
 
 
 
TEXTOS OU ARTIGOS:




Inferno na Escola – http://veja.abril.com.br/130601/p_142.html



A Brincadeira que não tem Graça –

http://www.aprendebrasil.com.br/reportagens/bullying/default.asp

Bullying na Escola e na Vida -

http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/bullyingnaescola.htm

Brincadeiras sem limite -

http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2004/espaco49nov/0comportamento.htm

A prática de violência entre pares: o bullying nas escolas -

http://www.rieoei.org/rie37a04.pdf

Bullying: um crime nas escolas -

http://www.cmpa.tche.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1485

ORKUT:

Bullying: as marcas ficam - http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1818305


FILMES OU VÍDEOS:

Juventude urbana: bullying - http://br.youtube.com/watch?v=mGbmqdGeokM

BULLING

Tipos de bullying


Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Abaixo, alguns exemplos das técnicas de bullying:

Insultar a vítima; acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada.

Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.

Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os

Espalhar rumores negativos sobre a vítima.

Depreciar a vítima sem qualquer motivo.

Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando a vítima para seguir as ordens.

Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.

Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência.

Isolamento social da vítima.

Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, de publicação de fotos etc).

Chantagem.

Expressões ameaçadoras.

Grafitagem depreciativa.

Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com freqüência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").


Características dos bullies


Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de auto-estima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a auto-imagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. É freqüentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:



"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta."

O bullying não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o bullying frequentemente funciona através de abuso psicológico ou verbal.


Caracterização do bullying


No uso coloquial entre falantes de língua inglesa, bullying é frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define bullying em três termos essenciais:

o comportamento é agressivo e negativo;

o comportamento é executado repetidamente;

o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

O bullying divide-se em duas categorias:

bullying direto;

bullying indireto, também conhecido como agressão social

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

espalhar comentários;

recusa em se socializar com a vítima

intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima

criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).

O bullying pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.

Os atos de bullying configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos de bullying pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram nesse contexto.


Definição de Bullying


Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.


Fonte: http://materialparaaescola.blogspot.com/

Como lidar com brincadeiras que machucam a alma

Meire Cavalcante

Sabe aqueles apelidos e comentários maldosos que circulam entre os alunos? Consideradas "coisas de estudante", essas maneiras de ridicularizar os colegas podem deixar marcas dolorosas e por vezes trágicas. Veja como acabar com o problema na sua escola e, assim, tirar um peso das costas da garotada

A criançada entra na sala eufórica. Você se acomoda na mesa enquanto espera que os alunos se sentem, retirem o material da mochila e se acalmem para a aula começar. Nesse meio tempo, um deles grita bem alto: "Ô, cabeção, passa o livro!" O outro responde: "Peraí, espinha". Em outro canto da sala, um garoto dá um tapinha, "de leve", na nuca do colega. A menina toda produzida logo pela manhã ouve o cumprimento: "Fala, metida!" Ao lado dela, bem quietinha, outra garota escuta lá do fundo da sala: "Abre a boca, zumbi!" E a classe cai na risada.

O ambiente parece normal para você? Então leia esta reportagem com atenção. O nome dado a essas brincadeiras de mau gosto, disfarçadas por um duvidoso senso de humor, é bullying. O termo ainda não tem uma denominação em português, mas é usado quando crianças e adolescentes recebem apelidos que os ridicularizam e sofrem humilhações, ameaças, intimidação, roubo e agressão moral e física por parte dos colegas. Entre as conseqüências estão o isolamento e a queda do rendimento escolar. Em alguns casos extremos, o bullying pode afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

Pesquisa realizada em 11 escolas cariocas pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia), no Rio de Janeiro, revelou que 60,2% dos casos acontecem em sala de aula. Daí a importância da sua intervenção. Mudar a cultura perversa da humilhação e da perseguição na escola está ao seu alcance. Para isso, é preciso identificar o bullying e saber como evitá-lo.

Um perigo para a escola

Em janeiro do ano passado, Edmar Aparecido Freitas, de 18 anos, entrou no colégio onde tinha estudado, em Taiúva (SP), e feriu oito pessoas com disparos de um revólver calibre 38. Em seguida, se matou. Obeso, ele havia passado a vida escolar sendo vítima de apelidos humilhantes e alvo de gargalhadas e sussurros pelos corredores. Atitude semelhante tiveram dois adolescentes norte-americanos na escola de Ensino Médio Columbine, no Colorado (EUA), em abril de 1999. Após matar 13 pessoas e deixar dezenas de feridos, eles também cometeram suicídio quando se viram cercados pela polícia. Assim como o garoto brasileiro, os jovens americanos eram ridicularizados pelos colegas.

Os exemplos de Edmar e dos garotos de Columbine, que tiveram reações extremadas, são um alerta para os educadores. "Os meninos não quiseram atingir esse ou aquele estudante. O objetivo deles era matar a escola em que viveram momentos de profunda infelicidade e onde todos foram omissos ao seu sofrimento", analisa o pediatra Aramis Lopes Neto, coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, desenvolvido pela Abrapia.

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Você sabe o que é BULLYING?


Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Orson Camargo

Colaborador Brasil Escola

Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP

Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP





fonte: http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm













Literatura, muito prazer


A escola é um ambiente privilegiado para garantir muito contato com os livros. Conheça, passo a passo, os caminhos para ir além dos resumos e questionários de leitura e incentivar na garotada o gosto pelas obras literárias - mesmo que você não tenha familiaridade com esse tipo de texto

Muito se fala do poder da literatura - e de como a escola é um lugar privilegiado para estimular o gosto pela leitura. Infelizmente, porém, as salas de aula brasileiras estão longe de ser "celeiros de leitores". Salvo exceções, o contato dos estudantes com os livros costuma seguir um roteiro no mínimo enfadonho: alguns títulos (quase sempre "clássicos") são indicados (leia-se empurrados goela abaixo) e viram conteúdo avaliado (perguntas de interpretação de texto com uma única resposta correta). E só. A experiência que deveria ser desafiadora vira uma tarefa burocrática e sem graça. Os jovens se formam sem entender os benefícios da leitura e acabam não lendo mais nada. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e o Instituto Pró-Livro mostra que 45% da população não lê nenhum exemplar por ano (desses, 53% dizem simplesmente "não ter interesse" e outros 42% admitem "ter dificuldade").

Mas, obviamente, é possível mudar esse quadro. Esta reportagem especial se propõe a ajudar você com dicas de especialistas e novidades do campo da didática. Para começar, é preciso compreender que, antes de analisar e refletir sobre os aspectos formais da literatura (história, linguagem etc.), os estudantes têm de gostar de ler. E isso só se faz de uma maneira: lendo, lendo, lendo. Porém ninguém nasce sabendo. Cabe à escola dar acesso às obras e ensinar os chamados comportamentos leitores: "entrar" na aventura com os personagens, comentar sobre o enredo, buscar textos semelhantes, conhecer mais sobre o autor, trocar indicações literárias. Tudo pelo prazer que a literatura proporciona, de nos levar a outros lugares e épocas. Um percurso que idealmente começa na infância - mas também pode ser iniciado mais tarde (nunca é tarde para abrir o primeiro livro).

 "Quando existe um espaço para discutir as leituras, com a possibilidade de inúmeras interpretações, começamos a desenvolver a curiosidade e o desejo de ir além", explica Mónica Rubalcaba, professora de Letras da Universidad Nacional de La Plata, na Argentina. Com isso, os alunos vão passar a ver a leitura não como uma tarefa escolar, mas como um hábito cotidiano. E você também.

FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/literatura-muito-prazer-584195.shtml

ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO DO 6º AO 9º ANO

ENSINO FUNDAMENTAL - 2010


Núcleo Municipal “ Prof. Adilha Matias Faria”

Escola Básica Municipal “ Pedro Álvares Cabral”

Escola Básica Municipal “ Marechal Rondon”


Português-

1ª opção - CÓDIGO 24972COL01

PORTUGUÊS. IDÉIAS E LINGUAGENS - SARAIVA

2ª opção -- CÓDIGO 24994COL01

COLEÇÃO RADIX - SCIPIONE



Matemática-

1ª opção - - CÓDIGO- 25020COL2

VONTADE DE SABER MATEMÁTICA - FTD

2ª opção - CÓDIGO - 25014COL02

TUDO É MATEMÁTICA - ÁTICA



Geografia -

1ª opção - CÓDIGO- 24883COL05

GEOGRAFIA- MELHEN ADAS - MODERNA

2ª opção - CÓDIGO- 24885COL05

GEOGRAFIA CRITICA – ÁTICA



História-

1ª opção - CÓDIGO- 24906COL6

HISTÓRIA, SOCIEDADE & CIDADANIA - FTD

2ª opção - CÓDIGO - 24981COL06

COLEÇÃO ARARIBÁ



Ciências - 1ª opção - CÓDIGO - 24988COL04

COLEÇÃO RADIX- SCIPIONE -

2ª opção - CÓDIGO - 24837COL04

CIÊNCIAS (CARLOS BARROS) - ÁTICA



Ciências

1ª opção: CÓGIGO 24845 COL 04

CIÊNCIAS, NATUREZA E COTIDIANO (FTD);

2ª opção: CÓDIGO - 24837COL04

RADIX (SCIPIONE). ( N. M. Prof. Adilha Matias Farias)



Inglês-

1ª opção - CÓDIGO -24917COL33

KEEP IN MIND- SCIPIONE 24917COL33

2ª opção – - CÓDIGO - 24925COL33

LINKS- ENGLISH FOR TEENS- ÁTICA - CÓDIGO - 24925COL33





Prof. Rosangela Maria Baldessar

Gerente de Ensino Fundamental

Como corrigir os erros dos alunos com o objetivo de ajudá-los a avançar

Uma boa correção de provas é aquela em que o professor trabalha os resultados da classe para orientar a melhor forma de superar as dificuldades

Você aplica uma prova, estabelece critérios para a correção, soma o valor de cada questão, atribui uma nota final, comunica o resultado à turma e... O que vem depois? Se a opção for seguir adiante com novos conteúdos, a avaliação não terá cumprido boa parte de seu papel. A riqueza de informações obtidas com base nas provas permite ao professor entender em que estágio de desenvolvimento o grupo se encontra. Para os estudantes, é um bom momento para rever os erros e avançar naquilo que ainda não foi, de fato, aprendido. "Faz toda a diferença analisar as dimensões dos equívocos. Isso auxilia na indicação daquilo em que cada um precisa evoluir e como trabalhar para alcançar melhoras", explica Jussara Hoffmann, consultora de avaliação e professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para aproveitar essa oportunidade ao máximo, o primeiro passo é organizar as informações a serem interpretadas. Anote num diário os dados sobre o desempenho de cada aluno, tomando o cuidado de dividir os erros por categorias (leia na página seguinte o exemplo dos tipos mais comuns em Matemática). Ao fazer isso, você conseguirá um panorama dos problemas mais recorrentes. Já é possível começar a planejar a ação.

Alguns erros, mesmo que sejam individuais, interessam a todos

A forma de atuar depende do número de estudantes com dificuldade e do tipo de equívoco. Se 90% da sala não conseguir resolver uma das questões, por exemplo, você provavelmente vai precisar retomá-la com toda a turma. Algumas vezes, entretanto, mesmo um deslize cometido só por um aluno também pode ser debatido. Levá-lo ao quadro é a chance de trocar opiniões não apenas para mostrar onde ele ocorre mas também para iluminar alguns aspectos do conteúdo que, no momento da explicação original, podem não ter sido mencionados. Essa abordagem costuma ser muito produtiva quando se consideram os chamados "erros construtivos", aqueles que revelam hipóteses de resolução. É o que ocorre, por exemplo, quando os pequenos escrevem 1004 para registrar o número 104 (o que indica que se apoiam na fala - "cento e quatro" - para cumprir a tarefa) ou colocam na sequência os números 1, 2, 3 e 4 para mostrar que possuem quatro objetos (o que aponta a necessidade de recorrer a uma marca para cada objeto).

Atenção aos erros genericamente designados como de desinteresse: eles podem indicar que o aluno não sabe o que fazer diante das tarefas apresentadas. Uma prova em branco, por exemplo, pode tanto significar que o estudante "não está nem aí" para o que foi tratado como indicar a incompreensão da proposta feita. Para diferenciar um do outro, o caminho é uma conversa direta sobre as razões que levaram àquela situação. Entendê-las norteia o encaminhamento que deve ser realizado: debater estratégias para que o aluno não se desconcentre ou propor novos exercícios e situações-problema para reforçar a compreensão.

Como corrigir os erros dos alunos com o objetivo de ajudá-los a avançar
Uma boa correção de provas é aquela em que o professor trabalha os resultados da classe para orientar a melhor forma de superar as dificuldades
Beatriz Santomauro (bsantomauro@abril.com.br)

O que os erros revelam
Três respostas para a mesma questão, o que elas mostram sobre o raciocínio do aluno e como avançar

Resolva o seguinte problema:
Um artesão consegue produzir 15 ovos de Páscoa de 1 quilo e 20 ovos de 500 gramas por dia. Ele recebeu a encomenda de uma loja e vai ter que fazer 1.620 ovos de 1 quilo. Em quantos dias ele consegue fazer essa entrega?

Resolução 1
Tipo de erro
Interpretação do enunciado
O problema tem muitos dados e o aluno consegue selecionar quais deve usar e quais deve descartar. A dificuldade ocorre na hora de traduzir o que pede o problema para a linguagem própria da Matemática: ele usa a multiplicação em vez da divisão.


Encaminhamento
Analise o contexto do enunciado: o que o artesão deve fazer? Se produzir um pouco a cada dia, como saber o total? E, se souber o total e a produção diária, como descobrir o número de dias necessários para atender ao pedido?

Resolução 2
Tipo de erro
Desconhecimento do conteúdo
A criança não seleciona os dados que levam à resposta nem utiliza a operação correta. Em vez disso, relaciona todas as informações numéricas do enunciado com o procedimento que, provavelmente, lhe parece mais familiar (a soma).





Resolução 3
Tipo de erro
Falha em uma etapa do procedimento
Os dados são selecionados corretamente e a operação (a divisão) também. O equívoco está nas etapas do algoritmo: o aluno divide 16 por 15, com resultado 1 e resto 1. Depois, abaixa o 2, vê que 12 não é divisível por 15 e prossegue sem colocar o zero no quociente.


Encaminhamento
Proponha que a classe explique onde está o erro - dividir partes do dividendo (16 por 15, 12 por 15 etc.) e não ele todo. Quando se tenta dividir 16 por 15, a multiplicação por 100 fica escondida (pois 1.600 = 16 X 100) e não pode ser desconsiderada no resultado.


Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/como-corrigir-erros-alunos-objetivo-ajuda-los-avancar-gestao-avaliacao-coordenacao-pedagogica-provas-546794.shtml?page=0

BIBLIOGRAFIA
Jogo do Contrário em Avaliação, Jussara Hoffmann, 192 págs., Ed. Mediação, tel. (51) 3330-8105, 37 reais

Educadores contam como aprenderam com seus erros

Professores têm a competência de verificar habilidades, testar a compreensão de conteúdos e ajudar cada estudante a reconhecer (e superar) os erros. Mas e quando o equívoco vem deles próprios? Fingir que nada ocorreu não é a melhor saída. Ao contrário: se ficar evidente que alguma atividade não deu certo em razão de uma falha pessoal, a autocrítica é fundamental para melhorar a atuação profissional.

O ideal é que essa reflexão seja vivenciada de forma madura, sem culpa ou rigor excessivos (afastando o risco de mergulhar no perfeccionismo, que paralisa a ação) e complacência extremada (resvalando na atitude de quem a todo instante diz "tudo bem, deixa para lá"). Medo ou vergonha são outros sentimentos que não cabem nessa hora. Afinal - não machuca repetir essa obviedade -, todo mundo erra. Mesmo grandes autoridades em Educação, profissionais respeitados que ocupam cargos centrais no governo, pesquisadores de Universidades influentes, formadores de professores e autores de livros que inspiram algumas de nossas melhores aulas.

Nesta reportagem, quatro grandes mestres - Lino de Macedo, Regina Scarpa, Maria do Pilar e Mário Sérgio Cortella - discutem os equívocos na atuação profissional de uma maneira bastante peculiar: contando as próprias experiências (leia os depoimentos abaixo). Alguns tropeços podem parecer familiares: falar demais e alongar a parte expositiva, despejar conteúdo sem levar em conta o ritmo dos jovens e seu universo cultural, desconsiderar as necessidades de alunos com deficiência e negar o próprio papel ao levar em conta somente os interesses das crianças.

A lista de falhas é diversa, mas a postura para avançar é a mesma: analisar o que falhou, por que e como isso ocorreu. Muitas vezes, basta o distanciamento temporal do deslize para percebê-lo. Em outras ocasiões, são as conversas com os colegas que nos trazem o alerta e, em muitos casos, o estudo e a leitura são importantes aliados para a reflexão.

"Todos nós erramos algumas vezes, ou seja, pensamos ou agimos de um modo que um dia terá, talvez, que ser revisto", afirma Lino de Macedo. Essa revisão de ideias, pensamentos e ações exige uma visão relativista do erro - isso significa ter em mente que o que não funciona em uma determinada classe, num determinado momento, pode muitas vezes dar certo em outro contexto. Confira nas páginas seguintes o relato de cada um. Com a coragem de apontar seus próprios equívocos, eles nos indicam caminhos para superar nossos desafios.

Analisar equívocos é uma forma de se aprimorar. Lino de Macedo, Regina Scarpa, Maria do Pilar Lacerda e Mário Sérgio Cortella contam o que aprenderam com essa prática.

"Eu falava demais e escutava pouco."

Lino de Macedo

Professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Lecionou nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

"Comecei a dar aula com 18 anos, em 1962, numa escola de uma vila rural perto de São José do Rio Preto, a 447 quilômetros de São Paulo. Percebo que, naquela época, cometia com frequência o erro de passar tempo demais falando em sala de aula. Eu tinha uma ânsia de explicar os temas, de expô-los pela fala. Acho que diversos educadores passam por isso.

Muitos professores, e eu sou um deles, defendem que o aluno precisa ter um papel ativo, que faça atividades, que questione e participe do processo de ensino e aprendizagem. Mas, contraditoriamente, tomamos grande parte da aula para nós, deixando pouco espaço para a turma - eu, até hoje, preciso seguir atento em relação a isso. Aí mora um problema: como exigir que as crianças sejam ativas se a única coisa que elas podem fazer enquanto falamos é escutar? Gerir a participação delas é difícil: requer tempo, experiência e domínio da sala de aula.

Esse ensino verbalista, centrado na ininterrupta transmissão de informação, é um dos grandes equívocos da Educação no século 21. Seu modelo é o da mídia. Basta pegar o exemplo de um telejornal: em dois minutos, apresentam-se diversas reportagens, entrevistas e números. Reduzir o ensino a esse formato e ceder à pressão por velocidade é um erro. O processo de construção de conhecimento é baseado em muita análise e reflexão. É necessário, sobretudo, ouvir os alunos com uma escuta ativa, com interesse verdadeiro sobre o que eles querem comunicar. Algo que ainda sigo aprendendo."

"Eu negava o papel do professor."

Regina Scarpa

Coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA. Foi professora de Educação Infantil.

"Atuei como professora de Educação Infantil nos anos 1980, uma época em que as concepções sobre a infância estavam sendo reconceituadas. Seguíamos muito as ideias de Jean Piaget (1896-1980) e Célestin Freinet (1886-1966), que na França destruiu o tablado que separava e elevava o professor para questionar sua autoridade e conferir um papel mais ativo aos alunos. Mas a vontade de combater a centralidade do educador era tanta que acabamos focando apenas os pequenos. Todos os relatórios de sala começavam assim: ‘De acordo com o interesse dos alunos, fomos pesquisar os... jabutis' - ou qualquer outro tema. Na prática, era o professor quem escolhia. Afinal, numa sala com 20 ou 25 crianças, cada uma se interessa por uma coisa. Mas a intencionalidade tinha de ficar escamoteada.

Hoje, sabemos que o papel do professor deve ser exercido às claras. Se levássemos ao extremo a noção de trabalhar com o interesse infantil, somente abordaríamos o que já se sabe porque a criança gosta apenas do que conhece. Devemos também trazer temas que nós julgamos importantes. Para promover a aprendizagem, o professor deve ter um papel ativo, saber aonde quer ir e como chegar lá. Isso só ficou claro para mim durante meu mestrado, quando tomei o trabalho pedagógico como objeto de análise e reflexão. Pude entender que a época em que comecei era um momento de transformação, parte de um processo de busca de equilíbrio na relação professor/aluno."

"Eu não fazia a inclusão de verdade."

Maria do Pilar Lacerda

Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC). Lecionou História nas séries finais do Ensino Fundamental.

"Trabalhei em sala de aula por 25 anos, de 1976 a 2001. Recordo várias experiências que, aos olhos de hoje, considero equivocadas. Um episódio marcante ocorreu quando recebi uma estudante com paralisia cerebral. Ela tinha 18 anos, mas estava cursando o equivalente ao atual 9º ano. No início, eu achava que ela estava lá só para se socializar. Um dia, porém, ela me perguntou se eu não ia olhar o caderno com o dever de casa dela. Eu achava que ela não fazia o dever e não queria constrangê-la, mas fiquei surpresa e respondi que sim, que ia olhar o caderno dela. E estava tudo feito, direitinho...

Entendi que ela não só aprendia como o fazia de forma rápida. Penso que eu tinha uma posição equivocada até por nunca antes ter trabalhado com um estudante com uma deficiência como a dela.

Foi também o estímulo para estudar o assunto. Juntamente com o grupo de professores da escola - que encarou a situação como um desafio para aprender -, eu lia sobre o ensino para alunos com deficiência.

Muita gente reclama da teoria por achar que ela não tem aplicação em sala, mas só a sensibilidade não basta. A reflexão sobre a prática me explicava como agir. A presença daquela estudante modificou não só o meu comportamento como também o da turma. A saída para o intervalo, por exemplo, se tornou muito mais organizada - a garotada tinha de ajudar a menina a sair da sala. O que era antes uma correria atropelada se tornou algo mais organizado e gentil."

"Eu não soube apresentar o conteúdo para os jovens."

Mário Sérgio Cortella

Docente do Departamento de Fundamentos da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Lecionou Filosofia no Ensino Médio.

"Cometi muitos equívocos como docente. Eu me lembro de um, do período em que lecionava na Escola Nossa Senhora das Graças, na capital paulista, que ocorreu no Ensino Médio. Na época, eu já dava aulas de Filosofia para a graduação na PUC-SP. Acabei me baseando demais nessa experiência e não fiz um planejamento levando em conta o universo dos alunos da escola.

Comecei o curso com um passeio por A República, de Platão (428/427-348/347 a.C.). Minha ideia era questionar o sentido da existência. Mas fiz isso sem levar a uma reflexão sobre o desespero platônico nem discutir os problemas envolvidos no livro. Logo percebi minha falha. Por mais que aqueles 30 adolescentes na minha frente fossem comportados, o desinteresse ficou evidente.

O problema não era o assunto, mas a ineficiência do docente. Esqueci a lição básica de que não existe ensino sem aprendizagem. Faltou criar condições para que os alunos pudessem refletir antes de mergulhar nos textos filosóficos, trazendo questionamentos e contrapontos para provocar e preparar os jovens. Como diria Paulo Freire (1921-1997), com quem tive a honra de trabalhar por 17 anos, é preciso fazer primeiro a leitura do mundo para depois fazer a leitura da palavra. Essa e outras experiências que tive em seguida me deixaram claro que não se aprende com os erros - mas com a correção deles."


O Novo Professor




O poder da comunicação

A comunicação é muito mais do que o simples ato de falar, é um universo com poderosíssimas ferramentas que você, professor, pode usar no dia-a-dia para melhorar a qualidade do seu trabalho. Mas, afinal, o que engloba o universo da comunicação? Segundo o Dicionário Aurélio, “comunicação é o ato ou efeito de comunicar(-se). Emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual”. Ou seja, além da fala, as expressões corporais, o olhar, o silêncio e a maneira de se vestir também são formas importantes de se comunicar.

Mais do que falar durante a aula inteira e passar o conteúdo, o professor precisa conquistar a atenção do aluno, e, para que isso aconteça, é importante utilizar todas as formas que a comunicação oferece.



Comunicação Verbal

A voz é a grande ferramenta para a comunicação verbal, no entanto, quando usada de forma inadequada, pode trazer prejuízos na qualidade do trabalho e problemas de saúde. Para a fonoaudióloga Patrícia Balata, a voz pode influenciar no desenvolvimento da aula. “Um professor cuja voz está rouca, cansada ou abafada, poderá causar um desestímulo e, às vezes, uma certa irritabilidade no aluno”, afirma. Segundo ela, isso depende do grau da alteração e da freqüência com que ocorre, mas que tanto o professor quanto o aluno sofrem com a situação. “O primeiro, por ter seu instrumento de trabalho comprometido e ineficiente, e o segundo, por ter seu ministrante, muitas vezes, estressado com o problema”.O tom de voz é uma característica própria de cada pessoa e deve ser explorado nas modulações, ou seja, dar ênfase correta às palavras para que transmitam a intenção do que deseja destacar. O ritmo também é um aspecto da personalidade. “Normalmente, as pessoas mais ansiosas tendem a falar rápido, enquanto as mais retraídas falam lentamente”, explica Patrícia. No entanto, no exercício da profissão, é contra-indicado os extremos. “Nem muito lento, nem muito rápido”, completa. Para que o ritmo fique apropriado, as palavras devem ser faladas de forma bem articulada e sem exageros. O professor também deve cuidar com os excessos de pausas,pois uma aula assim torna-se cansativa.



Dicas:

•Evite a monotonia da voz usando ênfases e articulando corretamente as palavras.

•Beba bastante água antes,durante e depois das aulas.• Dinamize a aula com recursos metodológicos interessantes que façam dos alunos elementos ativos e participativos. Assim você poupa a sua voz e explora as habilidades deles.• Evite competir com os alunos quando a sala estiver barulhenta. Às vezes, o silêncio comunica e exige mais do que um grito.



O corpo também fala.

A comunicação não verbal, ou seja, a expressão corporal, as atitudes, o silêncio e o vestuário são tão importantes quanto a comunicação verbal. "O professor não é um animador de auditório, mas deve ser um bom comunicador", diz Thelma Rodrigues dos Santos, professora e atriz graduada em Artes Cênicas. Thelma percebeu que seus colegas tinham um certo bloqueio para participar das atividades. "A partir dessa dificuldade notada entre os professores, começou a pensar no que poderia contribuir para melhorar a comunicação desses profissionais.

Segundo Thelma, o primeiro passo é o conhecimento de si próprio e a aceitação do seu corpo. Ela explica que geralmente na infância, os pais chamam a atenção das crianças usando termos como “fique quieto”, “não faça isso”, “não faça aquilo”. Inconscientemente, essas crianças, quando adultas, ficam bloqueadas. “Daí as pessoas dizem que não sabem porque ficam tensas diante de outras pessoas”. A partir do momento que o professor conseguir se expressar melhor e usar o corpo como ferramenta, será beneficiado não só no seu trabalho, mas também na sua vida pessoal. "Ele vai aliviar as tensões, vai ficar mais espontâneo e terá maior domínio de suas ações", diz Thelma.

Conhecendo o seu público. Como os palestrantes, que antes de iniciar o discurso procuram conhecer o público para o qual irão falar, os professores também precisam saber qual é o universo de seus alunos. É importante conhecer hábitos, manias, gostos e o perfil da turma para se comunicar melhor com ela. No livro A Magia da Comunicação, o médico e palestrante Dr. Lair Ribeiro afirma que cada estudante tem uma maneira diferente de prestar atenção na aula. Para os alunos que percebem mais o movimento, o professor precisa andar de um lado para o outro da sala e fazer com que eles participem da aula. Alguns alunos prestam mais atenção nos sons, então o educador tem de alternar o ritmo e o tom da fala e se expressar claramente. E para aqueles que são visuais, o professor tem de usar o quadro, apresentar slides e gesticular. “Os melhores professores são aqueles que usam as três linguagens na comunicação com os alunos”,diz Lair Ribeiro.

Melhore o seu poder de comunicação em sala de aula.


Dicas para ajudar os professores a se comunicarem melhor com seu público-alvo: os alunos.

• Caminhe com serenidade e determinação. Sua atitude confiante inspirar respeito e credibilidade.

• Mantenha sua coluna ereta. Você ficará mais elegante e sua voz sairá com mais clareza.

• As mãos devem ficar ao longo do corpo ou descansadas acima da linha da cintura, para estarem mais próximas do gesto. Não fique brincando com objetos.

• Mantenha um ritmo em seu movimento: movimente-se, pare, fale,movimente-se.

• Quando for ler algo, olhe 50% do tempo para o papel e 50% para os ouvintes. Neste caso, a sua voz, gestos, e fisionomia devem ser mais expressivos para que a atenção dos alunos não disperse.Olhe para os alunos. O contato visual é muito importante. Passeie o olhar, olhando para todos. Olhe nos olhos dos alunos e não para atesta ou por sobre as cabeças.

•Aface deve transmitir interesse, simpatia, entusiasmo e alegria.

• Os olhos devem estar impregnados de sentimentos e emoção. O que você fala deve ser transmitido através deles.

• Sorria sempre, mas com o coração. O sorriso abre espaço para a amizade e a fisionomia alegre contagia o ambiente. Quando você sorri, está dando liberdade para seus alunos sorrirem também.• Quando há grande distância entre o professor e a última fila da sala de aula, a movimentaçã o e os gestos devem ser mais amplos.
•Busque a expressividade. Quanto mais expressivo o professor, maior o carisma.
• Seja bem humorado. Um toque de humor deixa o ambiente menos formal e cativa os alunos. Quando o professor "brinca", os alunos relaxam e se sentem mais próximos, gerando uma atmosfera amistosa.

No teste abaixo você conseguirá detectar o canal predominante da sua comunicação:

1. Eu gostaria de fazer este teste:

a) por escrito

b) verbalmente

c) realizando tarefas



2. Para me agradar é só me dar algo:

a) bonito

b) sonoro

c) útil



3. Eu tenho mais facilidade em recordar nas pessoas:

a) a fisionomia

b) o nome

c) as atitudes



4. Aprendo mais facilmente:

a) lendo

b) escutando

c) fazendo



5. Atividades que mais me atraem:

a) fotografia/pintura

b) música/oratória

c) escultura/dança



6. Na maioria dos momentos, eu prefiro:

a) observar

b) escutar

c) fazer



7. Recordando os momentos felizes, vêm-me à mente:

a) as cenas

b) os sons

c) as sensações



8. Durante as férias, gosto de:

a) visitar lugares bonitos

b) repousar em lugares silenciosos

c) participar de atividades físicas



9. Valorizo nas pessoas, principalmente:

a) a aparência

b) o que elas dizem

c) o que elas fazem



10. Acho que alguém gosta de mim quando:

a) dá presentes

b) faz elogios

c) tem atitudes positivas comigo



11. Das três ações seguintes, prefiro:

a) focalizar

b) sintonizar

c) movimentar



12. Valorizo mais:

a) o aspecto

b) o ritmo

c) a coordenação



13. Meu carro preferido é:

a) charmoso

b) silencioso

c) confortável



14. Quando estou interessado em algo, procuro:

a) olhar bem

b) ouvir com atenção

c) participar



15. Para decidir, utilizo mais:

a) o que vejo

b) o que escuto

c) o que sinto



16. O que mais me incomoda:

a) luminosidade forte

b) barulho

c) coceira



17. A qualidade que mais me agrada é:

a) colorido

b) afinado

c) saboroso



18. A característica fundamental em uma peça de teatro é a:

a) iluminação

b) eloquência

c) gesticulação



19. Meu passatempo favorito é:

a) observar o belo

b) ouvir sons harmoniosos

c) dançar ou fazer exercícios



20. O programa que eu escolheria com mais gosto seria:

a) visitar uma exposição

b) ir a um concerto

c) ir a um parque de diversões



Conte quantas vezes você indicou cada letra e passe os totais para o quadro a seguir:



a) VISUAL

b) AUDITIVO

c) CINESTÉSICO



O maior resultado indica seu canal de percepção predominante e o menor mostra em que aspectos você precisa melhorar em sua comunicação.

Fonte do teste: livro A Magia da Comunicação – Dr. Lair Ribeiro – Editora Moderna

www.lairribeiro.com.br

Sugestões para preenchimento de relatório e de avaliação descritiva



Observações



É importante considerar, na construção do relatório os seguintes critérios:

• A avaliação deve ser sempre enfatizar os avanços e não apenas os fracassos. Registrar o que o aluno conseguiu e em que progrediu;

• Valorizar e registrar o desenvolvimento sócio-afetivo como: participação, solidariedade, posicionamento, sentimentos;

• É preciso registrar a participação do aluno nos projetos desenvolvidos no bimestre;

• Deve-se proceder relação com o registro anterior;

• Diversificar a redação de um aluno para o outro, buscando se fiel em suas colocações.



Sugestões para iniciar relatórios

• Com base nos objetivos trabalhados no bimestre, foi possível observar que o aluno...

• Observando diariamente o desempenho do aluno, foi constatado que neste bimestre...

• A partir das atividades apresentadas, o aluno demonstrou habilidades em...

• Com base na observação diária, foi possível constatar que o aluno...


Denvolvimento cognitivo

• Reconhece as relações entre fala e escrita;

• Explora várias formas de linguagens e diferentes tipos de suporte textual para ampliação de informações;

• Ouve historias e comentários valorizando impressões afetivas;

• Lê e escreve textos desenvolvendo a compreensão do sistema alfabético, utilizando a escrita de acordo com as concepções e hipóteses que possui no momento;

• Produz textos individuais e coletivamente, utilizando gestos, desenhos, sons movimentos e palavras;

• Distingue a língua escrita da língua oral;

• Demonstra compreensão do sistema alfabético;

• Lê silabicamente palavras, formadas por grupo de silabas compostas por vogal e consoante;

• Produz frases com lógica;

• Produz pequenos textos sem preocupação ortográfica;

• Distingue letras na linguagem oral e escrita;

• Encontra-se na fase pré-silabica, começando a diferenciar letras de números, desenhos ou símbolos.

• Percebe que as letras são para escrever porem ainda não sabe como isso se processa;

• O aluno demonstra um ótimo aproveitamento na aquisição da leitura e escrita.

• O aluno apresenta bom desenvolvimento no processo de aquisição da leitura e da escrita.

• O aluno está desenvolvendo-se gradualmente no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.

• Encontra-se em desenvolvimento no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.

• Tem um bom desenvolvimento cognitivo, mas apresenta dificuldades na leitura, contudo com a realização da recuperação paralela tem apresentado avanços importantes.

• Lê com fluência qualquer tipo de texto, fazendo conexões com a realidade.

• Lê e interpreta os textos trabalhados em aula sem maiores dificuldades.

• Lê com alguma dificuldade, mas demonstra interesse e esforça-se em aprender.

• Escreve, ordena e amplia frases, formando textos coerentes e lógicos.

• Produz frases e pequenos textos com criatividade e entendimento.

• Constrói o conceito lógico-matemático, realizando cálculos com as quatro operações matemáticas.

• O aluno tem especial interesse nas atividades matemáticas.

• Realiza cálculos simples de adição e subtração.

• Realiza cálculos com auxilio de material concreto.

• É curioso, questiona e busca informações.

• Traz para a classe informações de fontes diversas como: radio, tv, jornais e etc.

• Compreende as relações existentes entre os elementos do meio ambiente.

• Compreende a importância da preservação do meio ambiente para o futuro do nosso planeta.

• Adota hábitos de cuidados com o corpo e com o ambiente.

• Nas atividades orais demonstra desenvoltura ...( ou inibição)

• Ocasionalmente troca letras

• Constrói frases criativas e elabora pequenos textos com linguagem e ilustrações significativas;

• Expressa o que pensa relatando, argumentando, avaliando, relacionando, ordenando, generalizando, concluindo...;

• Expressa a escrita representando idéias através de rabiscos, pseudo letras e outros símbolos

• Lê com fluência vários tipos de textos interpretando-os;

• Produz textos escritos com clareza, coerência e coesão;

• Identifica e escreve seu nome completo;

• Observa, descreve, analisa e sintetiza gravuras, reportagens e textos;

• Apresenta dificuldades ortográficas

• Identifica e escreve seu nome completo

• Ainda não faz relação entre o que fala e escreve


Participação- convívio social

• Participa com interesse e produtividade.

• Boa participação nas atividades realizadas em sala.

• Participação tímida nas atividades em sala, embora tenha bom relacionamento com os colegas em classe.

• Demonstra atitudes críticas diante de acontecimentos conflitantes.

• É criativo e comunicativo.

• Coopera com colegas e professora.

• O aluno demonstra interesse nas atividades propostas embora não tenha autonomia para realizá-las sem o apoio da professora.

• Ouve, reproduz e transmite textos oralmente como histórias, recados, noticias entre outros.

• Demonstra curiosidade em relação aos assuntos estudados.

• É cuidadoso e rápido na execução das atividades desenvolvidas.

• Aceita sugestões da professora e dos colegas.

• Manifesta suas opiniões com clareza e objetividade.

• Contribui para a integração e o crescimento do grupo;

• Demonstra inquietude e geralmente se envolve em questões referentes aos colegas;

• Ainda não aceita as regras convencionadas pelo grupo;

• Colabora na construção de regras;

• Interage com o grupo, ouvindo, respeitando e se posicionando;

• Tem um bom relacionamento com os colegas e mostra-se sempre pronto em ajudar;